"A Raça de Homens de Prata!"
"A Raça de Prata dos Homens!'
Então uma segunda raça bem inferior criaram, argêntea, os que detêm olímpica morada; à áurea, nem por talhe nem por espírito, semelhante; mas por cem anos filho junto à mãe cuidadosa crescia, menino grande, em sua casa brincando, e quando cresciam e atingiam o limiar da adolescência pouco tempo viviam padecendo horríveis dores por insensatez; pois louco Excesso não podiam conter em si, nem aos imortais queriam servir nem sacrificar aos venturosos em sagradas aras, lei entre os homens segundo o costume. Então Zeus encolerizado os escondeu porque honra não davam aos ditosos deuses que o Olimpo detêm. Depois também esta raça sob a terra ele ocultou e são chamados hipotônicos, venturosos pelos mortais, segundos, mas ainda assim honra os acompanha.
Foram mais uma vez, os deuses os criadores da raça de prata, que é também um metal precioso, mas inferior ao ouro.
Os homens da idade de prata mantêm-se afastados tanto na guerra, quanto dos labores campestres.
Os “reis” da raça de prata se negam a oferecer sacrifícios aos deuses e a reconhecer a soberania de Zeus.
Exterminados por Zeus, os homens da raça de prata, recebem, no entanto, após o castigo, honras menores é verdade, mas análogas às tributadas aos homens da Era de Ouro: tornam-se intermediários entre os deuses e os homens, mas agindo de baixo para cima, na outra vida.
Além do mais, os mortais da raça argêntea apresentam fortes analogias com os Titãs: o mesmo caráter, a mesma função, o mesmo destino.
Orgulhosos e prepotentes, mutilam a seu pai Urano e disputamcom Zeus o poder sobre o universo.
Os Titãs têm por vocação, o poder.
Face a Zeus, todavia, que representa para Hesíodo a soberania da ordem, aqueles simbolizam o mando e a arrogância da desordem.
De um lado, portanto, estão Zeus e os homens da Era de Ouro, projeções do rei justo; de outro, os Titãs e os homens da Era de prata, símbolos de seu contrário.
Na realidade, o que se encontra no relato das duas primeiras eras é a estrutura mesma dos mitos hesiódicos da soberania.
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