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"Táticas desonestas em debates"

Parte III Táticas Desonestas no Debate

Algumas vezes, homens que estão realmente preocupados com a busca do cidadão mediano por honestidade e informações legítimas orientadas por fatos conseguem fazer uma ruptura e aparecem na televisão. Entretanto, raramente eles recebem a oportunidade de compartilhar suas visões e compreensões sem ter de enfrentar um muro de enganos e propagandas cuidadosamente construído. Como a mídia sabe que perderá a credibilidade se não permitir convidados com pontos de vistas opostos de vez em quando, ela prepara e coreografa debates especializados na televisão em ambientes muito restritivos, que deixam os convidados na defensiva, tornando difícil para eles comunicar claramente suas ideias ou fatos.

Os especialistas da televisão são frequentemente treinados naquilo que é comumente chamado de "Táticas de Alinsky". Saul Alinsky foi um relativista moral e um expoente da mentira como instrumento para o "bem maior"; essencialmente um Maquiavel dos tempos modernos. Suas "Regras para Radicais" foram supostamente criadas para os ativistas dos movimentos populares que se opunham ao sistema e enfatizavam o uso de qualquer meio necessário para derrotar a oposição política. Mas é verdadeiramente possível derrotar um sistema criado com base em mentiras, usando mentiras ainda melhor elaboradas, ou sacrificando a ética pessoal?

Hoje, as regras de Alinsky são usadas mais comumente pelo sistema do que pela oposição. Essas táticas foram adotadas por governos e pelos especialistas em desinformação em todo o mundo, mas são mais visíveis nos debates na televisão. Embora Alinsky tenha falado sobre a necessidade de confrontos na sociedade, suas táticas para os debates são na verdade criadas para contornar o confronto real e honesto das ideias opostas com truques e distrações. As táticas de Alinsky, e seu uso moderno, podem ser resumidos da seguinte forma:

Nem sempre quem convence está com a verdade! Poder não é somente aquilo que você tem, mas aquilo que o inimigo pensa que você tem. Será valioso ao ego do homem tamanha enganação?
Vemos esta tática de muitas formas. Por exemplo, projetar seu próprio movimento como sendo da corrente dominante e o do seu adversário como marginal. Convencer seu oponente que a luta dele é fútil. Sua oposição poderá atuar de forma diferente, ou até hesitar em atuar, com base na percepção que tiver do seu poder.
Nunca vá para fora da experiência do seu pessoal e, sempre que possível, vá para fora da experiência do inimigo.
Não entre em um debate sobre um assunto que você não conheça tão bem quanto sua oposição. Se possível, atrai-a para essa situação. Procure modos de aumentar a insegurança, ansiedade e incerteza na sua oposição. Isto é comumente usado contra entrevistados desprevenidos nos programas de notícias na televisão a cabo, cujas posições estão armadas para serem distorcidas. O alvo é atacado criticamente onde é vulnerável, por argumentos aparentemente irrelevantes, que ele então é forçado a responder. Na televisão e no rádio, isso também serve para desperdiçar tempo do programa e evitar que o entrevistado tenha a oportunidade de expressar suas próprias posições.
Faça o inimigo viver de acordo com seu próprio livro de regras.
O objetivo é atingir a credibilidade e a reputação do oponente com acusações de hipocrisia. Se a tática servir para pegar o oponente em um passo errado, por menor que seja, cria uma abertura para futuros ataques.
A ridicularização é a arma mais potente do homem.
"Ron Paul é um excêntrico e irrealista". "Dennis Kucinich é um baixinho esquisito". A ridicularização é quase impossível de ser rebatida. Ela é irracional. Ela enfurece a oposição, que então reage para sua vantagem. Ela também funciona como um ponto de pressão para forçar o inimigo a fazer concessões
Uma boa tática é aquela que agrada ao seu pessoal.
Manter seus pontos de conversação simples e engraçados mantém seu lado motivado e ajuda suas táticas a se propagarem autonomamente, sem instrução ou encorajamento.
Uma tática que é mantida por tempo demais se torna tediosa.
Não se torne notícia antiga. Se você sempre renovar suas táticas, é mais fácil manter seu pessoal ativo. Nem todos os agentes de desinformação são remunerados. Os "idiotas úteis" precisam ser motivados de outros modos. A desinformação frequentemente muda de um método para o próximo, e depois volta novamente para o anterior.
Mantenha a pressão com diferentes táticas e ações e utilize todos os eventos do momento para seu propósito.
Sempre tente novas coisas para manter a oposição em desequilíbrio. Quando a oposição dominar uma abordagem, ataque-a pelos flancos com algo novo. Nunca dê ao alvo a oportunidade de descansar, de se reagrupar, de se recuperar ou de redefinir sua estratégia. Aproveite-se dos eventos atuais e distorça as implicações deles para apoiar sua posição. Nunca desperdice uma boa crise.
A ameaça é normalmente mais aterrorizadora que a própria coisa.
Isto está de mãos dadas com a Regra 1. Percepção é realidade. Permita que sua oposição gaste toda sua energia na expectativa de um cenário intransponível. As pavorosas possibilidades podem facilmente envenenar a mente e resultar na desmoralização.
A principal premissa para a tática é o desenvolvimento de operações que mantenham uma pressão constante sobre a oposição.
O objetivo dessa pressão é forçar a oposição a reagir e cometer os erros que são necessários para o sucesso final da campanha.
Se você empurrar duramente e de forma suficiente um grupo negativo, ele conseguirá romper o lado contrário.
Como instrumentos de ativismo dos grupos de raiz popular, historicamente as táticas de Alinsky têm sido usadas (por exemplo, por movimentos de trabalhadores) para forçar a oposição a reagir com violência contra os ativistas, o que desperta a simpatia da população pela causa dos ativistas. Hoje, movimentos falsos de raiz populares (ou movimentos já cooptados) usam essa técnica no debate, bem como em ações planejadas nas ruas. A ideia é provocar (ou encenar) ataques violentos contra o seu próprio grupo, de modo a fazer com que ele seja visto com a parte mais fraca, ou a vítima. Hoje, essa técnica é comumente usada para criar a ilusão que certo movimento é "contracultura" ou "contrário ao sistema".
O preço de um ataque bem-sucedido é uma alternativa construtiva.
Nunca permita que o inimigo marque pontos por que você foi pego sem uma solução para o problema. Hoje, isto é usado ofensivamente contra ativistas legítimos, como os oponentes do Sistema da Reserva Federal. Reclame que seu oponente está meramente "apontando para os problemas" e exija que ele ofereça uma solução. Escolha o alvo, congele-o, personalize-o e faça a polarização.
Corte a rede de suporte e isole o alvo da simpatia. Os apoiadores do alvo se exporão. Vá atrás das pessoas individuais, não das organizações ou instituições. As pessoas se machucam mais rápido que as instituições.
Na próxima vez que assistir a um debate na grande mídia dominante, observe os especialistas com atenção. Provavelmente, você verá muitas, se não todas, as estratégicas acima sendo usadas contra algum indivíduo incauto que esteja tentando dizer a verdade.

 
Maria Augusta da Silva Caliari e Pesquisa via Google-Internet
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 07/01/2013
Alterado em 13/12/2015


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