"Como superar as feridas emocionais!"
O processo de identificação anteriormente descrito, contém uma grande parte do processo de cura das feridas emocionais. Segue-se a tomada de consciência dos sentimentos associados às feridas/gatilhos emocionais e as razões porque esses sentimentos se fazem sentir. Esta parte do processo permite que você deixe de alimentar a dor que tem carregado por tanto tempo.
Na fase final de cura das feridas emocionais, importa trabalhar na remissão. A aceitação e autocompaixão é o último passo a ser dado para terminar com êxito todo o processo. Para chegar a este ponto, você precisa perdoar em três áreas distintas:
Liberte-se do ressentimento gerado por terceiros (outras pessoas)
Perdoe a si mesmo pela responsabilidade que tem na sua dor
Perdoe a si mesmo por ter deixado perpetuar a sua dor demasiado tempo
A – Libertar-se do ressentimento gerado por terceiros
Na grande maioria das vezes, o sentimento de injustiça, o rancor, ressentimento, raiva, nojo, que constituem a dor emocional de quem sofre, é acionada por essa mesma pessoa em nome das outras pessoas que contribuíram para o problema. As pessoas que participaram e podem ter sido responsáveis pela criação das feridas emocionais no momento passado, provavelmente, ainda continuam a machucá-lo no presente. Permita-se deixar de alimentar a ideia de que essas pessoas são responsáveis pela sua dor no momento. Claro que no passado contribuíram para isso, mas podem não contribuir mais no momento presente. Olhe para trás usando a sua memória, e perceba que isso aconteceu no passado, e que você pode resignificar o impacto dos acontecimentos, erguendo-se acima desses acontecimentos. Essas pessoas podem tê-lo magoado há muito tempo, mas você não vai mais permitir que continuem a machucá-lo no presente. Isso só é possível se você permitir. Não se deixe paralisar pelas suas barreiras emocionais.
Cada momento em que você reproduz as mesmas emoções e pensamentos que ficaram registadas e associadas a essas pessoas ou ao próprio acontecimento, não aceitando o que lhe sucedeu, você continuará a permitir que as pessoas envolvidas ou o acontecimento experienciado, continue a infligir-lhe dor emocional, prejudicando-o. Você não tem que gostar dessas pessoas, do acontecimento ou do que sofreu, apenas deve esforçar-se por distanciar-se do sucedido, libertando-se da sua carga emocional negativa e das amarras que ficaram e que avivam a sua memória do sofrimento passado.
cura
Volte ao passado. Para que isso seja possível, use a sua memória. Projete o cenário, a situação e as pessoas envolvidas. Visualize-se nesse momento passado. Construa um cenário, em que se veja a falar para essas pessoas, e que lhes diz, que não vai permitir que esses acontecimentos perturbem os seus objetivos e a sua vida em geral, no momento presente. Você irá dizer-lhes que não se permitirá deixar que o que aconteceu prejudique ainda mais a sua vida. Que as feridas sararam, e que quando a memória dos acontecimentos negativos surgir na sua cabeça, não irá fazer disparar os sentimentos negativos. Você não irá mais colocar o dedo na sua ferida emocional. Você irá olhar para essas imagens na sua mente, como se tivesse a olhar para um filme de terror na tela do cinema, mas com uma particularidade, esse filme não tem som. Esse filme já não lhe faz disparar as reações emocionais negativas. Você, passou a controlar os seus comportamentos em reação às imagens associadas aos acontecimentos passado. Você está livre. Você conseguir abandonar o sofrimento.
B – Perdoar a si mesmo pela responsabilidade que tem na sua dor
Muitas vezes, sem saber, culpamo-nos pela responsabilidade que tivemos na nossa própria dor ou trauma. É importante libertarmo-nos desse sentimento de culpa e perdoar a nós mesmos pelo que aconteceu. Podemos estar carregando connosco pensamentos como “Eu era tão estúpido para deixar isso acontecer“, ou “A culpa é minha por não ter contado a alguém“, ou “Eu mereci o que me fizeram“, ou “Porque deixei fazer isso comigo”?, ou “Como me deixei chegar a este ponto”?
Você reconhece algum dos pensamentos acima nos seus próprios gatilhos emocionais? Você tem esse tipo de pensamento quando são acionados no momento ou quando são desencadeadas pela lembrança dos acontecimentos?
Perdoe-se. Tente perceber que o que aconteceu naquela época não era de forma alguma sua culpa. Ou, mesmo que ache que realmente foi culpa sua, tenha compaixão por você, e tente entender que naquela altura, com a informação que tinha, com as crenças que desnvolveu e, devido ao que estava a enfrentar, pensou e agiu daquela forma. Você reagiu e agiu da melhor maneira que sabia naquele momento. Provavelmente, você fez o seu melhor e não tem nada de que se envergonhar por isso. Mas, caso hoje julgue que poderia ter feito melhor, não se recrimine, perceba que cresceu com a experiência, que hoje tem uma outra visão das coisas, e que isso é extraordinário. Você pode hoje fazer de forma diferente e de acordo com aquilo que valoriza e pretende alcançar.
Por outro lado, se você acha ter sido vítima, então você não é mais uma vítima. Abandone a mentalidade de vítima. É importante que atribua a responsabilidade a quem ela pertence, e deixe de carregar esse fardo. A única coisa que depende de você mesmo é perdoar-se a si mesmo pelo que passou. Acione a autocompaixão. O amor que tem por você é o que está alimentando o processo de aliviar-se da sua dor.
C – Perdoar a si mesmo por ter deixado perpetuar a sua dor demasiado tempo
Muitas vezes, sem saber, ruminamos em torno do sentimento de culpa ou embaraço por deixar as nossas feridas emocionais ou traumas passados terem-nos afetado por demasiado tempo. Às vezes, achamos que fomos ridículos por nos deixarmos afetar negativamente por algo que não valia a pena. Às vezes pensamos ser “fracos” por nos deixarmos influenciar negativamente pelo passado doloroso.
É extremamente importante que você saiba que nenhuma ferida emocional ou trauma é muito grande ou muito pequeno. Não podemos julgar os acontecimentos nas nossas vidas nestes termos. Se algo nos afetou negativamente e/ou ainda nos afeta, então é tão importante como qualquer coisa que se encaixe nesse critério (ferida emocional ou trauma), não importa o que é. Nós não somos menos ou mais “pessoas” com base nos acontecimentos nas nossas nossas vidas que nos infligiu dor ou trauma.
Permita dizer as mesmas coisas ao seu “Eu” atual que você disse no exercício anterior às pessoas responsáveis pelas suas dores infligidas no passado. Tente afirmar para você mesmo que não é culpa sua o fato de ter vindo a causar toda a dor emocional que tem vindo a sentir todo esse tempo. Você não sabia ou não conhecia uma forma de lidar com as suas feridas e gatilhos emocionais.
Provavelmente você tem vindo a reagir de forma prejudicial para a sua vida, porque ainda não tinha aprendido as habilidades para curar as suas feridas emocionais. Agora que você teve contato com o que pode ser feito, agora que está no caminho para aprender essas habilidades, certamente irá continuar a fazer o seu melhor para superar o seu problema e ajudar a si mesmo. Permita-se a saber e a aceitar que você está no caminho certo e que sempre tem estado, só não sabia o que fazer para melhorar. Perdoe-se por não saber isso antes.
CONCLUINDO
Gostaria de acrescentar que este tipo de perdão, aceitação e libertação pode ser feito a qualquer momento durante o processo descrito nos três passos. Quanto mais profunda a ferida emocional que você está tentando superar, mais efeito isso terá sobre a sua vida em geral. Ou seja, se você conseguir deixar de reagir de forma negativa aos seus gatilhos emocionais, isso poderá ter um efeito dominó, deixando de ser desencadeado por incidentes semelhantes. Descobrir o denominador comum dos seus gatilhos emocionais, é muitas das vezes um processo bastante longo e muito trabalhoso. Por exemplo, um trauma de infância pode ser extremamente doloroso e, muitas vezes, não é fácil de descobrir o denominador comum associado às feridas emocionais. Então, o processo de superação pode ser trabalhoso e necessitar de uma grande dedicação da sua parte. Certamente valerá o tempo e esforço empregue.
O perdão, aceitação e libertação são uma daquelas coisas que parecem fáceis, mas fica mais complicado quanto você pretende passar isso à prática. Por isso mesmo, você deve reunir o máximo de informação que lhe forneça formas e estratégias de implementar isso na sua vida. Para aprofundar este assunto, leia: Aceitação ao invés da resistência, encontre paz interior surfando os abalos a vida.
Boa sorte na sua busca por paz interior e felicidade através da cura das suas feridas emocionais.
“Redecore o seu interior,
Chegou a hora de deitar fora essas mágoas que o passado pintou nas entranhas do seu coração,
Coloque um pouco de luz, dê umas pinceladas de otimismo,
Passe o espanador no seu rancor,
Tire do baú a sua força esquecida,
Coloque a esperança ao peito,
E, saia à rua com o seu sorriso resplandecente,
Exiba a sua grandeza.”
Maria Augusta da Silva Caliari e Pesquisa via Google-Internet-Forum Espirita.net
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 12/12/2013
Alterado em 08/12/2015