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"Curiosidades sobre os Caiapós!"

Acho realmente incrível esta matéria. Chamam-na de Lenda. Se prestarmos atenção podemos até imaginar...Todas as grandes tribos indígenas ao redor do mundo falam sobre visitantes estelares...em nosso pais, também temos uma.
Quem ou o que são esse visitantes ? Apenas fantasias religiosas ou realmente visitantes do cosmo?
Para os Caiapós, o mundo e o universo sempre existiram, lhes falta um legítimo mito da Criação. Sua chegada na Terra deu-se através do espaço sideral, trazidos pelos fios de uma Deusa-Aranha. Esta lenda é muito bonita e esclarecedora. É um novo modo de pensar de como iniciou-se o povoamento de nosso planeta. Somos nós, os alienígenas, que tanto ansiamos encontrar? Vamos então conferir a nossa lenda:
Em tempos muito remotos, os Caiapós moravam no Céu. Lá, acima do teto do Céu, havia tudo que podiam desejar. Havia batata-doce, macaxeira, inhame, mandioca, milho, frutos de inajá, caça de toda a variedade e tartarugas da terra. Lá havia para comer tudo o que se poderia imaginar.
Certo dia, um guerreiro da classe dos "Mebenget", descobriu no mato a cova de um tatu. Querendo caçar o animal, começou a cavar. Cavou, cavou o dia todo, até a noite, sem encontrar o tatu. Na manhã seguinte, bem cedo, foi para o mato, para continuar cavando. Cavou até a noite, em vão.
No quinto dia, quando já cavara bem fundo, avistou o tatu-gigante. No entanto, na ânsia de cavar, acabou furando a abóbada celeste. O tatu então despencou.
Foi caindo, caindo, até chegar na Terra. O índio guerreiro acompanhou-o na queda, mas enquanto caía um vento forte, de tempestade, o pegou e o atirou de volta para cima.
Desta forma, retornou ao Céu e, através do buraco da abóbada celeste, olhou a Terra, lá em baixo. Lá distinguiu uma floresta de buritis, um grande rio e imensos campos. E desse mundo distante e desconhecido começou a sentir uma enorme saudade, uma nostalgia infinda.
Apressou-se para chegar até sua aldeia. a fim de espalhar a novidade.
-"Cavei um buraco no Céu", contou a todos.
-"Mas como foi que isso aconteceu?" perguntaram.
Então o guerreiro disse como havia descoberto no mato a cova do tatu-gigante e começara a cavar, dia após dia, até perfurar o firmamento.
-"E onde está o tatu agora?" queriam saber os homens.
-"Rolou para baixo. Eu o vi cair em uma floresta de buritis".
Então os caciques da aldeia Caiapó deliberaram sobre tudo que acabavam de ouvir.
-"O que devemos fazer agora?", perguntou um deles.
-"Será que devemos ficar no Céu, ou descer para a Terra?"
O outro opinou que deveriam emigrar para Terra. Por algum tempo, os dois ficaram pensando e falando. Enfim, resolveram que os Caiapós deveriam mudar para a Terra.
-"O problema é como vamos descer lá", falou um dos chefes.
O outro aconselhou:
-"Vamos fazer uma corda de todos os nossos fios de teia de aranha e cordas dos arcos, assim como cordões e fitas. Tudo isso vamos juntar para fazer uma corda comprida.
E aconteceu conforme os caciques deliberaram e ordenaram: os homens fizeram uma corda comprida, que foi jogada por aquele buraco do Céu. Depois começou a descida.
Mas a corda não tinha comprimento bastante para chegar até a Terra, e assim tiveram que voltar ao Céu. Lá amarraram muitas outras fitas e cordas, para encompridá-la. Porém, ainda não era o bastante comprida e tiveram que voltar novamente para prolongar a corda, que por fim chegou a ter o comprimento necessário.
Um homem da classe dos Mebenget, sem medo e livre da sensação de vertigem, foi o primeiro a descer e foi o primeiro a pisar na Terra. Ao chegar, amarrou a corda no tronco de uma gigantesca árvore.
Começou então, a descida de toda a tribo, primeiro os jovens, depois as mulheres e crianças, as menores presas às faixas nas costas da mãe. Em seguida vieram os homens e, por fim, os anciões.
Aconteceu porém, que alguns Caiapós ficaram com medo, hesitaram e não tiveram coragem de acompanhar os demais na descida.
Aí, lá em baixo na Terra, um pequeno garoto estranho veio correndo e quando viu a corda, cortou-a.
Ao fazê-lo riu, zombando:
-"Estou cortando a corda para eles ficarem lá em cima eternamente e nunca mais descerem."
Assim, alguns ficaram no céu e as estrelas que avistamos no espaço são suas fogueiras acesas.
O mito do "Buraco no Céu", como vimos, abre a porta de um outro mundo para este nosso mundo terrestre.Até então, a humanidade vivera no teto acima da Terra, "kikwa", no teto do Céu. E, o mundo lá de cima, seria semelhante ao mundo indígena de hoje, pois também viviam organizados em comunidades de aldeias. Um dos seus habitantes, um antepassado valente, da classe dominante dos Mebenget em uma caçada descobre o buraco do tatu, considerado o animal mais antigo do universo. É cavando dia e noite, até encontrá-lo que o ancestral fura o teto do Céu, abrindo caminho para o novo mundo.
Mas como este índio não possui poder de decisão, apressa-se em informar aos caciques das aldeias a recente descoberta. Os dois chefes, cada um representando metade da humanidade, deliberam sobre o problema vital, na casa dos homens, decidindo se devem permanecer no mundo antigo ou mudar-se para o novo e como efetivar a mudança.
Enfim prevalece o conselho de um homem da classe dominante: "vamos fazer uma corda, forte como a corda de nossos arcos".
Desta forma, torna-se unânime a decisão dos caciques e, com isso, a da própria comunidade.
O fato da corda ter saído curta demais para alcançar a Terra, obrigando os homens a voltarem para cima e tratarem de encompridá-la, é significativo das dificuldades e da grandeza de tal façanha universal, inaugurando uma nova forma de vida.
Quando a corda possui o comprimento necessário, um homem da classe Mebenget, herói valente dos tempos primitivos, é o primeiro a descer lá para baixo, onde amarra a corda em um tronco de árvore. A ele é que se deve a posse do mundo novo. Contudo, nem todos têm coragem de descer pela corda, alguns hesitam por temerem alturas. Eles devem então, permanecer lá em cima, pois o novo mundo seria apenas dos mais fortes. É neste momento, que aparece um menino estranho que corta a corda. Nesta passagem da estória, a grande maioria dos indígenas pensa em um menino neo-brasileiro, um menino cristão. Portanto, naquele mundo novo já existiam estrangeiros. E, desde o início, são eles os culpados da cisão e do fato de nem todos os índios terem ingressado no mundo novo. O estrangeiro ruim existe, portanto, desde os primórdios da história indígena e, no seu desenrolar, ele é o causador das desgraças. E é também nas eras primitivas que nascem o ódio e a profunda desconfiança do estrangeiro.
Os Caiapós são famosos pela violência com que tratam os invasores de suas terras. Na década de 70, eles mataram oito garimpeiros, cortaram suas cabeças e as penduraram em árvores próximas de uma estrada, onde foram encontradas pela polícia do Pará.
A atitude do Caiapó frente a todo elemento estranho é marcada por profunda desconfiança, mas esta reação é provocada por experiências amargas, sofridas no passado, assim como nos dias de hoje.
Maria Augusta da Silva Caliari e pesquisa Google-folha online
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 14/07/2014
Alterado em 07/12/2015


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