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"A águia e a galinha-Leonardo Boff!"

Boff é Teólogo e Filósofo, foi Franciscano e formulou a Teologia da Libertação, conflitando com a Igreja Católica, sendo expulso da congregação. Como escritor, diversifica suas obras entre livros de filosofia, teologia, espiritualidade e ecologia. No caso de "A Águia E A Galinha", a condição humana é grandiosamente explorada e mostrada como uma relevante história que versa sobre possibilidades, limites, aceitação, desejo e o simbólico.
A filosofia pode passar por maus bocados e ser referenciada como autoajuda em determinados momentos banais. Eu, particularmente, acredito que o bom uso de situações condizentes com condições filosóficas, podem gerar algumas intenções de melhor produtividade pessoal e assim entrar no contexto de alguma literatura do tipo que exerce boas influencias para quem lê. E o livro resenhado pode até ser encaixado nesse meio, explorando um formato de desenvolvimento pessoal junto com análises e características filosóficas.

Boff é Teólogo e Filósofo, foi Franciscano e formulou a Teologia da Libertação, conflitando com a Igreja Católica, sendo expulso da congregação. Como escritor, diversifica suas obras entre livros de filosofia, teologia, espiritualidade e ecologia. No caso de A Águia E A Galinha, a condição humana é grandiosamente explorada e mostrada como uma relevante história que versa sobre possibilidades, limites, aceitação, desejo e o simbólico.

Quando uma águia é encontrada na floresta por um camponês, esse a leva com ele e a deixa em um galinheiro. Acreditando que estava cuidando do animal ferido, a deixa junto com galinhas e passa a cria-la como tais. Com o tempo passando e sua nova “rotina” aviária, a águia começa a se portar como uma galinha e seu modo de vida vai sendo alterado, se adaptando, até a chegada de um naturalista que visita o camponês, que discute sobre a condição em que o animal está sendo tratado.
Entre a defesa do naturalista de que a águia nunca poderia ter sua natureza alterada e o discurso do camponês sobre aceitação à nova vida de galinha que a ave de rapina foi sujeitada, o livro vai contando sobre a condição instintiva dos dois animais e com o passar das páginas, podemos entende um pouco mais sobre como a nossa própria condição humana é retratada a partir das qualidades e essências de cada ave.

A metáfora contida na narrativa exposta retrata questões de autoestima, estado de superação e abrange também como cada ser é dotado de particularidades que não podem ser alteradas ou simplesmente suprimidas. Enquanto a águia se encontra em momentos de limitações entre as galinhas, o naturalista e o camponês debatem sobre o que ela pode e consegue fazer. Um acredita veementemente na força instintiva de sua natureza, enquanto o outro rebate esclarecendo que sua natureza não mais lhe pertence.

Mas quando uma ocasião de “tudo ou nada” é imposta à sua frente, os olhos da águia se enchem com a claridade do sol e então ela abre suas enormes asas e voa para o céu, soberana de sua realidade e “entendendo” que seu limite está além de um galinheiro junto à outra espécie. Aceitando que é maior do que certas imposições, a águia reaprende que não é uma simples galinha e volta a viver de acordo como o que sua condição basilar lhe concede.
Assim é com o homem e sua eterna guerra interna sobre o que consegue ou não, pode ou não, ser ou não ser. Todos podemos tirar conclusões sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos e sempre esses questionamentos nos afligirão em situações que nos encontramos como galinhas oprimidas, mas quando entendemos e percebemos que somos mais e podemos mais, nada pode impedir a natureza de seguir seu curso e evoluir.
Metáforas são perigosas, entre outras coisas por isso: fazem analogias quase sempre prejudiciais para seres que não têm culpa nenhuma de existirem para o que foram criados. Imagine se todas as águias papassem todas as galinhas. Acabariam os ovos e, com eles, as gostosas fritadas e omeletes, bem como, já não teríamos frango assado, nem galinhas de cabidela. Ao passo que seria duvidoso que passássemos a comer ovos de águia, ou mesmo águia ao molho pardo ou algo assim. Tem muito país por aí fazendo que nem as águias: alçando alturas inimagináveis, instalando bases aéreas no espaço, dotadas de armas supersônicas, com alto poder de detectar simples formiguinhas e, em seguida, zás! arrasar populações, sobretudo aquelas que, como as galinhas, não podem voar tão alto!
Maria Augusta da Silva Caliari e pesquisa e imagem do google
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 30/06/2017


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