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"Corrente funcionalista do Mito"!

Uma outra corrente que surgiu em sequência da simbolista foi a funcionalista, que diferente da corrente anterior, propunha uma análise do mito de forma mais prática e funcional, relacionando sempre o mito ao rito (ou vice-versa). Existem duas subdivisões nessa corrente, sendo que a primeira acredita que o rito é posterior ao mito, e portanto, um rito explicaria um mito. Já a segunda acredita que é o contrário, que o mito é que é posterior ao rito, e portanto, um mito serviria para organizar e explicar certa prática social que já acontecia. Alguns nomes da corrente funcionalista são Francis Cornford, James Frazer e Eric Havelock.

Por fim, a última corrente que surgiu foi a estruturalista, criada em meados do século XX pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss. A corrente estruturalista buscava a convergência do pensamento mítico ao racional. A ideia era perceber a lógica interna do mito através da redução da narrativa mítica a pequenas estruturas (os mitemas). Apesar de Lévi-Strauss ser o nome mais famoso dessa corrente, quem na verdade mais se destacou na analise estrutural do mito, sobretudo o grego, foi o historiador francês Jean-Pierre Vernant.

Cada uma dessas correntes procura analisar os mitos sobre enfoques diferentes, sendo que cada uma tem suas vantagens e desvantagens particulares. Mas uma falha que todas essas correntes apresentam é o de tentar generalizar as suas interpretações teóricas a todos os mitos de todos os povos e culturas. Ainda que diferentes mitos de diferentes povos possam ter estruturas idênticas, como bem percebeu mitólogos como Joseph Campbell, um método de análise que se aplica bem a mitologia grega não necessariamente servirá também para a mitologia nórdica ou brasileira. Isso acontece porque dentro de uma mesma mitologia não existe apenas um mito de um determinado personagem ou acontecimento, mas vários, e cada um variando em pequenos detalhes um do outro. E para uma boa análise do mito, esses detalhes não podem ser deixados de lado.
No que tange especificamente aos mitos gregos, tendemos a reconhecer como “o mito” aqueles que se tornaram cristalizados pelas obras literárias como a poesia épica ou a tragédia. Mas ainda que a tragédia “Édipo Tirano”, de Sófocles, seja uma excelente representação do mito de Édipo, ela é apenas mais uma dentre inúmeras versões desse mito, e que foram esquecidas ou se perderam na História.

E não pense que a criação de mitos é apenas algo dos povos antigos e deixou de ser feito nos dias de hoje. Como eu já disse neste artigo sobre Heracles, um mito pode sobreviver além de seus povos de origem, e isso acontece justamente pela novas versões deles que vão surgindo, seja com a continuidade da narrativa oral que se transformam de geração para geração, seja com novas obras literárias que buscam um novo olhar sobre um certo mito ou até mesmo tentando recriá-lo completamente para adaptá-lo as novas gerações. Mesmos nas mídias artísticas mais modernas como o cinema, ou inclusive os videogames, essa criação de novos mitos continua a ser feita. E, eu mesmo estou criando o meu próprio mito grego com Nova Hélade.
Fonte: http://novahelade.com/tag/joseph-campbell/#.Ttf3l7LOGWQ

 
Maria Augusta da Silva Caliari e pesquisa e imagem do google
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 17/08/2017


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