"Nosso deleite supera todos espinhos!"
Quando pela manhã contemplo- me abatida
Amortecido meu olhar e a face descorada
Imersa em languidez profunda, indefinida
Os lábio ressecados, a pálpebra amarelada!
Relembro as impressões da noite consumida
Na lúbrica expansão, desta febre alucinada,
Do gozo sensual, frenético quase homicida,
Como a lâmina afinada e fria de uma espada!
E ao ver próximo da cama grande desalinho
Das roupas pelo chão, do teu cheiro gostosinho
Sinto que nosso deleite supera todos espinhos!
Sinto- me agora heroína da nossa doce saudade
Tu marinheiro audaz que com ardor me invades
Tendo por pedestal o perfume do nosso ninho!
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 19/08/2018