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"Porta que não segurou a lama maldita!"

Ela o conheceu em uma época em que flores e promessas de amor acompanhavam o brilho dos seus olhos. Palavras cuidadosamente escolhidas e plantadas em sua alma. Não era o homem dos seus sonhos! Mas, aquele que se esforçava em ser. Esforçava. Forçava. Até quando duraria esse ava? Até a eternidade. Acreditou na vacuidade humana: palavras. Promessas. Consoantes e vogais num complô covarde. Qual de nós será a vítima de amanhã?
Hoje, ela e a cama fria. Presença ausente. Ausência presente. Raízes mortas de flores outrora, impetuosamente cintilantes. Brilhos foscos de olhos tecendo conjeturas! Descoberta em meio a dementes e doentios seres que, nada têm de bom dentro da Alma vazia de sentimentos!
Ela ensaia seus discursos, seu adeus,mas não pensa que tudo pode
estar no fim e num simples barulho,algo despenca morro abaixo ceifando a Vida no sentido amplo da palavra! Pensa na mala. Nos objetos e roupas sendo desordenadamente guardados. Pensa na estrada que outrora chegou a conhecer. Dias e milênios rendidos ao seu comando. Era jovem e confiante. Absoluta. Disposta a conquistar todo o oxigênio que lhe almejasse os pulmões. Pensa na estrada,não teme,pois nem por milagre pode achar que a Vida está por um fio. Acostumou-se a se equilibrar nos fios elétricos,voar bem alto ,quem sabe até ao Infinito,mas em vão! Absorvida pela lama,ainda bem que fria,pois parecia açúcar queimado com manteiga para fazer puxa puxa! Foi subtraída da atmosfera onde costumava ouvir sua voz e sentir seu oxigênio,enfim, a Vida plena e saudável que a roubaram!
Ela agora ensaia seus discursos lá bem longe,ou talvez por ali mesmo,não sabemos. Mas sempre deixa uma inquietação para o amanhã. Ela pensa. Suspira. E dá as costas para a porta que não conseguiu segurar a lama maldita que a levou!Será destino?
Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 06/02/2019


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