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RESENHA do livro “O Decamerão”
Autor: Giovanni Boccaccio
Editora: Nova Fronteira
Nº de Páginas: 1008.
Em uma referência ao que existiu nas escrituras bíblicas em propagar, por meio dos santos homens da igreja, a criação do mundo em seis dias (Hexameron), Giovanni Boccaccio criou o seu próprio jeito de contar a (re)criação de uma nova sociedade, a partir da narrativa, pelo qual vinha acontecendo na Europa com a vastidão ao qual a peste negra (1348) vinha atuando. Daí se origina o título, que traduzido, como o nome já pré-anuncia, estamos diante de um apanhado de histórias, cerca de 100, das quais serão narradas em 10 – Deca – dias ou jornadas – imera – por 10 narradores: 7 mulheres e 3 homens.
Esses 10 jovens, tendo o propósito de se ausentarem da zona de perigo da peste, buscam refúgio, isolam-se e é a partir dessa reunião, que começam a contar, cada um, suas histórias.
A questão central, portanto, da obra é o poder que a narrativa tem diante das histórias que ouvimos e, qual a interpretação que damos à elas, afinal, são diversas as interpretações, cabe a nós, enquanto ouvintes, levarmos nossa releitura para o bem ou para o mal.
Totalmente irônico na crítica à sociedade da época e detalhista em retratar os direitos do povo, Boccaccio ,cria um mundo repleto de interpretações mil. Não vai faltar amor do começo ao fim da leitura, afinal, é isso o que esses jovens, além de contar causos, buscam: criar um mundo a partir de um amor carnal, mas também humano.
Dividida em dois volumes, essa obra complexa e linda que mexe com o poder do contar  mas, acima de tudo, de mostrar que não há apenas uma possibilidade de leitura.
O Autor : Giovanni Boccaccio Nasceu em 1313 em Certaldo, Itália. Foi um filho fora do casamento que desde muito cedo precisou aprender o oficio pelo qual a família se subsidiava, sendo bancário.
O ainda não renomado escritor, pertencente de uma família rica teve seus primeiros contatos com a corte por conta do seu emprego e dali em diante, por ter sido autodidata, amante da literatura e voraz nas leituras, foi se acostumando com o lugar de onde mantinha contatos nobres até se tornar, na literatura, em primeiro lugar, poeta.
Considerado o escritor participante da tríade das coroas da literatura, junto de Dante e Petrarca, seu nome é muito famoso na literatura por ser o fundador da narrativa moderna, não restritiva somente na Itália, mas sim em toda a Europa.
É trazido para sua obra, muito do que estava sendo vivenciado na Europa, a peste negra.
Assim como os jovens da diégese, Boccaccio também precisou fugir da peste negra para escrever Decamerão e, ao acabar todo o seu trabalho, sofreu várias críticas da Igreja por ter escrito tamanha obra, mas sábio foi Petrarca que o aconselhou a deixar as críticas de lado, afinal, o que ele tinha escrito era literatura e das que merecem nossa crítica positiva e um aprendizado a ser anexado ao existente.
Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 28/03/2020
Alterado em 28/03/2020


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