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“A Morte em Veneza!”

O romance “A Morte em Veneza”, de Thomas Mann revela que todos os pormenores foram extraídos da vida real, mas de forma parcial. Em março de 1911, padecendo de problemas de saúde, Thomas Mann decide fazer uma viagem à Itália com a mulher Katia e o irmão Heinrich Mann. Instalam-se em Brioni, uma ilha na costa da Ístria. Mas o ambiente formal repleto de aristocratas não agradou aos viajantes e, assim, a 26 de maio, resolvem se deslocar para Lido, perto de Veneza. Será nesse lugar que algumas coisas curiosas, impressões, e a busca no subconsciente de algo novo que gerasse alguma ideia produtiva, conduziram ao desenvolvimento da história de “A Morte em Veneza”. A princípio imaginou algo mais convencional, uma história de amor do velho Goethe pela jovem de 17 anos Ulrike Von Levestzow, evoluindo depois para um romance mais ousado, tendo em consideração os valores vigentes da época.
Se colocarmos de uma forma simplória o enredo de “A Morte em Veneza”, podemos mediocrizar a história dizendo o seguinte: um homem de meia-idade que viaja até Veneza e apaixona-se platonicamente por um jovem polaco de nome Tadzio, que tem feições delicadas e morre sem ter trocado uma única palavra com ele.
Não é bem assim. Thomas Mann foi um escritor econômico e que não desperdiçava uma palavra. Cada detalhe que inclui é significativo, e cada detalhe serve à sua estratégia de sugerir, ao invés de dizer diretamente. Elementos aparentemente marginais, como um Céu tempestuoso, pedreiros que vendem lápides em branco, a cor preta da gôndola, o cheiro podre do canal de Veneza, um dandy velho no meio de jovens no navio para Veneza, o gondoleiro clandestino que o irrita com sua imprudência e finalmente o chefe de uma trupe de músicos, bastante irreverente. Todos são indicadores de uma atmosfera de mau agouro de decadência e morte.
A ficção de Mann em determinado momento de sua escrita se caracterizou por um exame filosófico sutil das ideias. O tema entre a arte e a vida aparece em sua obra e alcança seu momento culminante em “A Morte em Veneza”.
No começo do romance podemos mapear o personagem principal, Gustav von Aschenbach, através de sua posição social. Um escritor de prestígio e muito respeitado nos meios intelectuais da Alemanha, viúvo, que sempre viveu sob um modelo da solene dignidade e autodisciplina exigente no trabalho. Vivendo exclusivamente para o ofício de escrever, ou seja, um solitário. Teve uma filha que já estava casada e independente. No entanto, se encontrava em crise. Crise de solidão, sem amigos, em crise no seu ofício de escrever.
Em síntese, podemos definir Gustav von Aschenbach como um típico burguês do período. Com títulos, inteligência, e que se submeteu a um rígido padrão moral. Um homem que não gostava de sua própria aparência, por isso a arte era o seu refúgio. Sua arte pode ser chamada de apolínea, onde a disciplina, harmonia, ordem e equilíbrio e a perfeição, eram vividas com intensidade. Cultuando a forma e o conteúdo. Ele acredita que a verdadeira arte é produzida apenas como um contraponto às paixões corruptoras e fraquezas físicas.
Quando Aschenbach tem o desejo de viajar, ele diz a si mesmo que ele pode encontrar inspiração artística a partir de uma mudança de cenário. Essa viagem de Aschenbach a Veneza é a primeira indulgência que ele permitiu-se em anos.
Mas houve um elemento deflagrador em seu impulso de fuga. Uma presença estranha de um homem perto do cemitério de Munique foi o motivo que precisava, ou seja, um impulso de fuga, um desejo de novidades, de alívio, de esquecimento, uma necessidade de afastamento do espaço em que vivia.


"A Morte em Veneza"
Editora: Editora Objetiva
Gênero: Romance
Autor:Thomas Mann


Sintetizando:esse é um dos livros que não recomendo para qualquer um. É preciso ter um pouco de conhecimento na literatura para lê-lo. Alguém que esteja habituado a ler Paulo Coelho ou Harry Potter, certamente não aguentará 20 páginas deste livro. Ficará sonolento e o livro lhe cairá das mãos! rsrsrsrsrs!
Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 14/04/2020
Alterado em 14/04/2020


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