Dos 31 países visitando a Rússia para a Copa do Mundo, as estatísticas da FIFA mostram que apenas seis (incluindo os Estados Unidos, que não se classificaram, mas abrigam muitos latino-americanos) compraram mais ingressos, com mais de 43 mil sendo vendidos aos peruanos. Eles levaram consideravelmente mais torcedores que a Inglaterra, e mais do que qualquer país europeu, com exceção da Alemanha.
Estes números destacam a importância da Copa do Mundo para a América do Sul – e para o México – e como, apesar das recentes recessões econômicas, mais pessoas destes países podem bancar a viagem. Para os países do cone sul – Uruguai, Argentina e especialmente Brasil – a Copa do Mundo é um evento que coloca sua nação frente ao mundo inteiro como vencedora, e é uma parte vital da autoestima.
Mais acima no continente, os peruanos não têm as mesmas pretensões. Apesar do entusiasmo que surgiu no pré-torneio da seleção, com 15 jogos de invencibilidade, nenhum peruano em sã consciência viajou para a Rússia com esperanças realistas de voltar com o troféu. Para eles, a Copa do Mundo é uma oportunidade de mostrar sua nação e seu lugar no mapa. Eles estão gritando bem alto e para todos a mensagem de “Ei, nós existimos!”.
E a Copa do Mundo de 2018 está muito feliz por sua existência. Em seu espírito e em suas canções, eles representam o lado da Copa que os jogos entre clubes não conseguem alcançar – o poder de fazer as pessoas se sentirem representadas, de unir as pessoas, de servir como um tipo de Nações Unidas dos homens e mulheres comuns.